É impossível não enxergar no Evangelho de Cristo uma profunda ênfase no tema “liderança.” Na verdade, mais do que um tema, uma ideia. E nesse caso, uma ideia de restauração da liderança perdida. De fato, o Evangelho de Jesus expõe não somente o que Cristo tem a dizer para os humanos, mas o que ele viveu, como exemplo. Cristo encarnou aqui na terra tanto a espécie inédita do filho de Deus, como também do líder, criado para governar e dominar.
É claro, ele se apresentou inicialmente como o único da espécie original de filhos de Deus e reis, mas o grande plano que o Evangelho anuncia, é que ele veio para ser o primeiro de uma nova raça recriada à sua imagem. Assim, ele veio para ser o primogênito da geração de filhos de Deus, mas também de líderes do Reino. A Escritura apresenta Jesus como a imagem perfeita de Deus (Hebreus 1.3). Assim, vemos nele o que perdemos. E tanto vemos em Jesus o filho de Deus, como o líder que recebeu de Deus a missão: Governe e Domine (Gênesis 1.27).
Um empresário disse certa vez: “Jesus é o líder de maior sucesso na história. Ele fundou a primeira companhia global, com um produto para o mundo. Ele introduziu a ideia da globalização.” Mais interessante ainda é que Jesus fundou sua grande organização acreditando e investindo em um grupo de improváveis. Esse foi o critério que ele utilizou para construir a sua igreja: “Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes.” (1 Coríntios 1.26,27).
Em várias ocasiões, relatam os Evangelhos, o Mestre não hesitou em olhar para os seus discípulos e ver o potencial de liderança. E não só isso, mas também chama-los para a ação. Foi assim numa tempestade, ocasião em que o discípulos de Jesus o despertaram de um sono profundo, implorando para que ele resolvesse um problema sério: “E os seus discípulos, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Senhor, salva-nos! que perecemos.” (Mateus 8.25). Jesus fez o que tinha de ser feito – “repreendeu os ventos e o mar” (v.26) – antes disso, porém, chamou a atenção dos seus discípulos, deixando claro que eles também poderiam ter resolvido o problema: “Por que temeis, homens de pouca fé” (v.26).
Assim também Jesus procedeu diante da figueira com a qual falou para secar, e secou – “Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Mestre, eis que a figueira, que tu amaldiçoaste, se secou.” (Marcos 11.21). Se Jesus fosse um tipo de líder como alguns da atualidade, talvez ele tivesse dito: “Claro Pedro, quem falou foi eu, Jesus! Quando eu falo acontece”. Mas não foi esse o comportamento de Jesus. Mais uma vez ele invoca o potencial de liderança inerente nos seus discípulos dizendo: “Tende fé em Deus; Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito.” (v. 22, 23). Que lição maravilhosa! Jesus estava dizendo: “Você também pode fazer!”
Manassés Guerra
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