Cada um de nós carrega potencialmente a nobreza dos dons que equipam as nossas vocações e atribuições. E no desempenho dos dons, acabamos por assumir papéis que podem se tornar a nossa máscara pública. Infelizmente, podemos ser canais de mudanças para tantas pessoas e não mudarmos a nós mesmos! Será que conseguiríamos viver sem os papéis que desempenhamos no dia a dia? Quem realmente somos nos bastidores da nossa vida pública?
Rompemos com as mais diversas circunstâncias, para chegarmos nos lugares mais improváveis e influenciarmos o maior número de pessoas possível. Contudo, muitas vezes não alcançamos o nosso próprio ser para influenciarmos e mudarmos a nós mesmos.
Muitos de nós têm alcançado tanta gente com o poder dos dons e o fascínio do carisma, mas como alcançarmos o nosso próprio ser com a vida no Espírito, que é o que dá sentido à vocação e ao vocacionado?
Os nossos dons, dos quais na verdade somos apenas mordomos, são instrumentos que comunicam o poder e a vida de Deus. O fato é que nos identificamos demasiadamente com o que sabemos fazer, mas precisamos ser verdadeiros na eficácia do poder de mudança que anunciamos.
Os dons podem nos humilhar quando não somos a mensagem que comunicamos. De fato, ficamos na escuridão quando sentimos que o nosso dom nos prejudicou, enquanto abençoou outros. Nesse sentido, os dons podem se tornar nossa infelicidade. E esse não é o propósito do dom e da vocação.
“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina” – esse foi o conselho de Paulo a Timóteo – “porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” (1 Timóteo 4.16).
No caminho da perfeição, precisamos em alguns momentos ser despido dos dons, para que fique evidente a essência. E nesse caminho precisamos de pessoas que se tornam ameaças para nós, porque revelam as nossas motivações e confrontam o nosso caráter.
Os dons de Deus em nós e através de nós nascem da perfeição divina e demonstram a graça infinita para aperfeiçoar o mundo. No entanto, Deus precisa do nosso aperfeiçoamento, ou seja, que sejamos antecipadamente transformados pela influência que oferecemos aos outros. Senão salvaremos a muitos e perderemos a nós mesmos.
Manassés Guerra
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