Comece por Você

Comece por Você

São muitas as pessoas que buscam a felicidade na mudança de tudo à sua volta, mas não estão dispostas a também mudarem. Contudo, o esforço na mudança exterior, sem a mudança de si mesmo, somente multiplica as angústias que se tenta remover. Afinal de contas, minha mentalidade, minha visão e minhas expectativas podem constituir o maior de todos os obstáculos ao meu sucesso.

Isso é semelhante ao homem que, insatisfeito com o diagnóstico médico a partir de exames de raio-X, sugeriu que o médico desse um jeito de mudar o raio-X, ao invés de fazer a cirurgia recomendada. Ou seja, se o espelho me confronta com uma imagem que não me deixa satisfeito, a solução seria mudar o espelho?

Na esfera dos relacionamentos, por exemplo, a melhor opção é parar de colocar a culpa nos outros, olhar para si e pôr a mão na massa para solucionar as demandas que causam dificuldades. De fato, quando paramos de desenvolver nossas habilidades de relacionamento e de liderança, passamos a enfrentar sérios obstáculos que embaraçam a vida. Um bispo anglicano mandou que fosse gravado em sua lápide a seguinte inscrição: “Quando era jovem e livre, minha imaginação não tinha limites. Sonhei que mudava o mundo. Cresci, fiquei mais sábio e descobri que o mundo não mudaria. Por isso, de alguma forma, reduzi meus planos e decidi mudar só o meu país. No entanto, isso também parecia impossível. Conforme me aproximei do crepúsculo de meus dias, numa última e desesperada tentativa, pus-me a mudar apenas a minha família, as pessoas mais próximas de mim, mas – ai de mim! – não consegui. E agora, no meu leito morte, finalmente percebi: se tivesse começado a mudança apenas em mim, então meu exemplo mudaria minha família. Esta inspiraria e incentivaria a mudar meu país e – quem sabe? – talvez pudesse mudar o mundo.

Muito do conteúdo de “autoajuda” é criticado porque, ao que parece, propõe apenas a ética da personalidade, em detrimento da ética do caráter e do desempenho pessoal. As pessoas precisam mais do que somente motivação, elas precisam de algo que confronte o autoconceito dissimulado.

É preciso que dediquemos tempo para a autocrítica de forma que pratiquemos, consistentemente, a reflexão pessoal e o aperfeiçoamento de nós mesmos. Alguém já disse que, enquanto apontamos o dedo indicador para frente, três outros dedos de nossa mão estão sendo apontados para nós e um dedo para cima. O apóstolo Paulo nos faz refletir profundamente sobre isso: “Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcança-lo” (Filipenses 3.12).

Um pensador disse certa vez: “Se você quer fazer diferença neste mundo, precisa assumir responsabilidades”. Muitos de nós, no entanto, prossegue em sentido contrário, fugindo das responsabilidades.

Manassés Guerra

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