Jesus teria que dizer sim, caso contrário o plano não seria executado. Não adiantaria tentar tocar nele, ninguém conseguiria. Nem mesmo ao sinal do beijo traidor de Judas. Ninguém poderia detê-lo, ninguém poderia torturá-lo ou mesmo crucificá-lo. Nenhum dos homens, nenhum dos mortais poderia encostar as mãos nele. Ninguém o alcançaria, ao menos que ele dissesse sim: “Por isso é que meu Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai.” (João 10.17,18).
O sim de Jesus foi a sua concordância em ser abandonado, por um breve período, por seu Pai e todas as hostes angelicais a que tinha direito, mas o suficiente para que Deus transformasse a sua entrega no preço que pagaria a nossa liberdade. Isso era o mesmo que se igualar a nós que, separados de Deus pelo pecado, estávamos impedidos de avançar jardim adentro, em busca da árvore da vida.
O Getsêmani significou o momento decisivo. Jesus poderia dizer não, se quisesse. Ele poderia dar continuidade à sua vida, como um indivíduo essencialmente diferente de todos os outros. Ele poderia ter convocado hostes angelicais para dar uma singela demonstração de quem ele era de fato. No sombrio Jardim, felizmente, o nosso Redentor aceitou beber o cálice: “Contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22.42). Na cruz, desligado da vida de Deus, no espírito, ele aproxima-se da descida ao Hades: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?” (Salmos 22.1/Mateus 27.46).
À medida que desce para o calabouço da morte, Cristo confia no Deus com quem arquitetou este plano: “Nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lucas 23.46/Salmos 22.10). A miserável carga do pecado veio sobre ele – completamente indesejável, que carregávamos e carregaríamos por toda eternidade. Uma bagagem pecaminosa, da qual fazíamos os mais variados usos. Ele tomou sobre si as nossas dores, enfermidades e doenças, as mazelas das trevas recaíram sobre ele, quando se tornou maldito, como um de nós.
Sem nunca ter sido maligno, Jesus foi esmagado pelo peso das consequências de toda maldade humana. Transpassado por causa das nossas transgressões, esmagado por causa das nossas iniquidades. Pelas suas feridas fomos sarados! (Isaías 53.5). Ele decidiu fazer uma transição definitiva em benefício de todos ou outros humanos diferentes dele. Jesus decidiu tornar-se como todos os outros, para que todos os outros se tornassem únicos como ele. E assim, ele deixaria de ser único para ser o primeiro de uma classe diferente de seres humanos.
Jesus disse sim e se tornou a maneira infalível de Deus derrotar Satanás e expor todos os seus planos trapaceiros contra a humanidade. O profeta messiânico viu a angústia do Cristo, mas também viu o seu regozijo e satisfação, Isaías viu o inferno, mas viu o triunfo e o trono: “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si” (Isaías 53.11 – ARA).
Extraído do livro “CRÔNICAS DE DAVI NO REINO DO MESSIAS” | Manassés Guerra
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